Escrevo este artigo da cidade de Quaraí, fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. Pensando nos Jogos Olímpicos de Paris, que acontecem este ano, de 26 de julho a 11 de agosto, parece difícil unir esses dois universos.
Por um lado, nesse pequeno município, as pessoas não estão muito engajadas com esse evento tão distante. Por outro lado, tenho dúvidas se os parisienses ao menos ouviram falar de Quaraí!
Entretanto, consigo enxergar algo que possa unir essas realidades tão distantes e desconhecidas uma da outra. Tanto Paris quanto Quaraí querem ver homens, mulheres e jovens vencendo seus desafios, tornando-se campeões. A Bíblia não usa a palavra campeão, mas encontramos a palavra “vencedores”. As referências bíblicas são várias, mas, na maioria das vezes que o apóstolo Paulo cita a palavra “vencedores” nas suas cartas, ele tem em mente as Olimpíadas que já aconteciam naquele tempo, como por exemplo: “Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Romanos 8:37).
As Olimpíadas eram um evento pagão - havia muita idolatria envolvida nas competições. Contudo, Paulo não se importou com isso. A dedicação, foco, disciplina e ética são alguns dos valores envolvidos na prática esportiva. O apóstolo tem em mente esses e outros valores e os aplica na vida vivida pela fé. Ser dedicado, por exemplo, não é uma virtude exclusiva dos atletas; todos os que compreendem e decidem estar no centro da vontade de Deus precisam ser dedicados em todas as áreas da vida.
Missão Esportiva
Em Quaraí, temos o ministério de “Missão Esportiva” no qual um grupo de crianças se envolve com o Exército de Salvação através de atividades recreativas e esportivas. Também recebem ensino cristão. É nesse ponto que campeões para a vida estão sendo formados. Embora, eu não duvide que, desse grupo que atendemos, poderão aparecer atletas de elite, o que realmente importa é que vençam na vida, da mesma forma que Jesus venceu o mundo (João 16:33).
Os desafios dessas crianças são muitos e, para que sejam vencedoras, precisam de muita resiliência e foco. Num mundo em que é muito fácil perder o foco para o que é certo, somos desafiados a ensinar esses pequeninos “a vencer com o bem”, como o apóstolo Paulo diz em Romanos 12:21.
Ao final dos Jogos Olímpicos, Quaraí e Paris terão continuado alheios uma à outra, mas isso não significa que esse evento não nos inspire a formar campeões para a vida. Ao mesmo tempo, não duvido que pessoas de lugares remotos como Quaraí possam fazer presença em Los Angeles em 2028 ou em Brisbane, Austrália, em 2032. Até lá, somos desafiados a manter o foco no autor e consumador da nossa fé, Jesus (Hebreus 12:2), e sermos vitoriosos em Cristo (1 Coríntios 15:57).
Capitão Jeferson D’Avila
Oficial Dirigente, Corpo de Quaraí
(Artigo publicado na edição Julho/Agosto da Revista Rumo)
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